I
A lâmpada da rua estava acesa
Ignorando toda a luz do sol
Irradiando sua própria luz
Mostrava sua força e energia
II
Tudo é ilusório e frágil
O que te dá a possibilidade de se iludir é igualmente ilusório e frágil
Não é possível ser algo
Intervenções externas e reações químicas dominam tua existência
Desfaça o que fez e encontrará teu espírito
Te encorajo a fazer e adianto que não conseguirá
O controle não existe senão no tempo
III
Se não há controle, não há sentido
Orgulho-me do que fui mas serei melhor
Agora, despeço-me dos inferiores
Fragilidade? Ilusão?
Aproveitarei da fragilidade para quebrar
E da ilusão para criar
IV
O novo sustentáculo me destaca.
Sinto os olhares e os julgamentos.
Sinto-me diferente dos demais
E considero a possibilidade
De toda essa vaidade
Ser completamente
Proposital.
Presunção?
O conforto se tornou incômodo,
O idealismo se tornou rígido
E a composição se tornou arrogante.
O novo sustentáculo me fez apear
E sentir um chão que não é.
V
A energia abalou a lâmpada
Agora a eletricidade circula, mas não flui
A Importância, em todas as suas aparições, surpreende pelos trajes
Consegue prioridade quando ganha a atenção
A Importância é fumaça de artifício
Ao resto, as sobras
VI
Eis que surge, originada do Infinito e do Sempre, a linha relativa
Segue com todos seus atributos relativos
Nada é certo além dela mesma
A dona do sentido não o aceitou para si e se mostrou irreal
Com sua inegável existência, ela se mostrou irreal
A Existência se curvou
Na linha relativa, o voltar e o parar não são verbos
VII
Frágil, o vidro ignora seu interior.
Superficial, ignora sua própria constituição.
Divino por sim.
Retirados os restos imortais, a Imortalidade surge.
quinta-feira, junho 02, 2011
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Um comentário:
"Tudo é ilusório e frágil"
Essa instável felicidade eterna almejada e nunca atingida.
O Sol tá derretendo meu vidro.
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