sábado, maio 17, 2008

Epístola aos Afogados

Saudações, Seres Impuros!

Afasto-me de vossa ausência de luz por motivos óbvios, mas não acheis que vos temo ou que sinta asco por vós. Pelo contrário, há ainda um certo orgulho de poder chegar aqui e falar-vos que não participo de vossa horda.
Há muita honra em perder-se sabendo o caminho de volta, claro que há. Tento mandar luz refletida num papel branco, mas toda tentativa é falha. Até onde sois capazes de suportar vosso próprio lamaçal?

Mando-vos esta humilde mensagem sem propósito por um motivo: não o há senão a ele mesmo! Confiai, crianças, talvez seja melhor que engolir desse esterco fresco o qual nivela em vosso queixo. Gostaria de dar uma mão, se vosso egoismo não fosse me puxar para vossa podridão. Por este motivo prefiro usar de todas as palavras de nosso idioma e berrá-las para fazerdes ouvir a sussurrá-las em vosso ouvido entupido e estúpido.

Porém, do maior nivel de profundidade de minha sinceridade, grito: continuei, continuei! Pode ser que meu ponto de vista não seja mais do que um véu fétido.

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