Quando não há mais o que dizer, pra quê se calar? Sempre há novos planos e dimensões nos assuntos repetidos a serem explorados, e, indiferente de quem, qual ou o quê, sempre tem palavras novas pra substituir e figurar melhor seu panorama.
Diz-se infinito o que não tem fim, mas o que não tem fim? Mesmo o infinito acaba, uma hora ou outra alcança-se o limiar entre a luz intensa e o nada, mas não imagine esse nada como trevas, pois até as trevas é algo e a luz intensa sempre consegue ser mais cegante que a escuridão total.
Isso demonstra quão ilimitados somos dentro de nossa limitação, ainda que o limite seja irreconhecível (enquanto não o é, ultrapassamos ou definhamos na escassez de vida). Internamente temos um universo inteiro; um organograma de todas nossas possibilidades mora nesse universo, com superiores e subordinados mas não somos uma empresa, somos um universo. O que expomos mundo a fora é um reflexo do tal organograma, indiscutivelmente. Uma infinidade de possibilidades acontece a todo momento dentro da sua rede neural e infinitos materiais e sensações o cerca, mas essa infinidade não é absolutamente infinita.
Infinidade absoluta é utópica como qualquer coisa absoluta. Enquanto houver outros cérebros a funcionar, qualquer coisa absoluta é automaticamente falsa. Estamos sempre relativamente errados como esse texto. (ou não.)
Afinal, pra quê serve a expressão? se dela só temos a prova concreta que não somos iguais. Convivemos em infinita diferença, mesmo que ela não exista.
Para todos os propósitos é melhor que continue assim, sem resposta. A resposta não caberia em nenhum idioma humano.
terça-feira, abril 29, 2008
domingo, abril 13, 2008
Volição
Eu seria capaz de criar, mas falta capacidade
Eu seria capaz se eu fosse capaz de criar
Eu poderia ter conhecimento e criatividade, aí criaria
Eu poderia ter capacidade também, mas tudo me falta.
Para capacidade falta disciplina, e disciplina me falta
Falta contato com criações, opiniões e vontade? Não!
Falta disciplina, ah! malditinha, sinto imensamente sua falta
Não sei se já a tive para sentir falta, mas me falta a falta.
Para disciplina falta capacidade e a recíproca se manifesta
e responde em berros e gritos e movimentos bruscos que
poderiam ser mais bruscos se tivesse capacidade de fazê-los ser.
Para criar e saber e conhecer e, finalmente, fazer,
eu poderia ter capacidade, disciplina e criatividade.
Não as tenho, não as tive, mas sinto falta de sentir saudade.
Eu seria capaz se eu fosse capaz de criar
Eu poderia ter conhecimento e criatividade, aí criaria
Eu poderia ter capacidade também, mas tudo me falta.
Para capacidade falta disciplina, e disciplina me falta
Falta contato com criações, opiniões e vontade? Não!
Falta disciplina, ah! malditinha, sinto imensamente sua falta
Não sei se já a tive para sentir falta, mas me falta a falta.
Para disciplina falta capacidade e a recíproca se manifesta
e responde em berros e gritos e movimentos bruscos que
poderiam ser mais bruscos se tivesse capacidade de fazê-los ser.
Para criar e saber e conhecer e, finalmente, fazer,
eu poderia ter capacidade, disciplina e criatividade.
Não as tenho, não as tive, mas sinto falta de sentir saudade.
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