Se eu fosse escrever um texto ele seria grande, com linguagem metamórfica e multiplos sentidos, milhares deles. Seria um texto daqueles que você lê e se interessa, chega no final e se pergunta coisas absurdas.
O cenário seria limpo e básico, escassez de cores e luz (assim sequer um personagem imaginário teria vergonha de atuar) e a platéia seria você: ser bestial e criador, o cara que pesa palavras e vê a ótica desfazer-se em silêncio (agora explique a ligação entre a treva e gritaria). A visão seria atrapalhada por névoa ou chiado que fosse. A sensação seria de pêlos arrepiados e dentes batendo. O som seria audível e o audio seria visível. Seria um Mundo inteiro em algumas sinapses e algumas tosses.
Assim, quando eu escrever algo, eu vou ter a tabela pronta com palavras, figuras de linguagem e cenas apropriadas. E então terei um padrão meu. Mas de que adianta? se o leitor vai transformar em algo dele, com imagens e lembranças e traumas dele? e minhas figuras morrerão, para sempre, dentro de mim e do meu texto que eu escrevi para ele ver o que eu vejo? Textos são anônimos e a anonimidade contrai, atrai e se espalha.
Quando eu escrever um texto ele vai virar um álbum.
Metáfora boba, ninguém vê com textos.
Ninguém vê com textos.
sexta-feira, dezembro 28, 2007
terça-feira, dezembro 18, 2007
Intensidade flutuante
Quando me disseram que o supérfluo é importante notei que o inverso do alheio é mais importante ainda. Só não aprendi a medir.
domingo, dezembro 02, 2007
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