sexta-feira, dezembro 28, 2007

Texto

Se eu fosse escrever um texto ele seria grande, com linguagem metamórfica e multiplos sentidos, milhares deles. Seria um texto daqueles que você lê e se interessa, chega no final e se pergunta coisas absurdas.

O cenário seria limpo e básico, escassez de cores e luz (assim sequer um personagem imaginário teria vergonha de atuar) e a platéia seria você: ser bestial e criador, o cara que pesa palavras e vê a ótica desfazer-se em silêncio (agora explique a ligação entre a treva e gritaria). A visão seria atrapalhada por névoa ou chiado que fosse. A sensação seria de pêlos arrepiados e dentes batendo. O som seria audível e o audio seria visível. Seria um Mundo inteiro em algumas sinapses e algumas tosses.

Assim, quando eu escrever algo, eu vou ter a tabela pronta com palavras, figuras de linguagem e cenas apropriadas. E então terei um padrão meu. Mas de que adianta? se o leitor vai transformar em algo dele, com imagens e lembranças e traumas dele? e minhas figuras morrerão, para sempre, dentro de mim e do meu texto que eu escrevi para ele ver o que eu vejo? Textos são anônimos e a anonimidade contrai, atrai e se espalha.

Quando eu escrever um texto ele vai virar um álbum.
Metáfora boba, ninguém vê com textos.
Ninguém vê com textos.

terça-feira, dezembro 18, 2007

Intensidade flutuante

Quando me disseram que o supérfluo é importante notei que o inverso do alheio é mais importante ainda. Só não aprendi a medir.

sábado, novembro 24, 2007

Diálogo

- Acho que enxergo longe demais, por isso acho que é tudo tão intuitivo. Vou além do padrão humano e viajo ao cosmos em busca de respostas efetivas e rápidas. Com essa visão tão distante é fácil entender que todo mundo tem razão supondo que cada um lida com sua própria redoma, e mesmo que não haja, há. Queria saber como é fora da redoma primeira, deve ser um caminho sem volta para a lucidez. É por isso, além de outros motivos, que eu sou tão compreensivo com todas as pessoas.

- LIAR! LIAR!

- dhor an´pe?

- ´W.

Superintendência

Oval, flexível.
Rasga: Hmmmm!

Oval, comestível, ocopaco.
Abre: olha, a surpresinha!

Cilindrico com as bordas arredondadas, rígido, ocopaco.
Abre: Ploc! Eu não queria esse. Mãe, compra outro?


- É legal como somos parecidos com Kinder Ovo.

quarta-feira, novembro 14, 2007

Manual Prático

Argumentativa no.1 - consiste em demonstrar seu lado
Argumentativa no.2 - consiste em fingir que enxerga o lado alheio
Argumentativa no.3 - consiste em impor seu lado
Argumentativa no.4 - consiste em consistir a consistência do seu lado
Argumentativa no.5 - consiste na prova cabal de que a consistência de seu argumento consistente é tão macio quanto x
Argumentativa no.6 - consiste na contradição total
Argumentativa no.7 - Deus descansou nesse argumento.

Suponhamos que tudo isso fosse verdade, então teríamos NJEKSQTNARMANNELNAWQWENLQNJEWQEWQDFSDSNDFNOKRNA

sábado, outubro 06, 2007

Entre o fio ideal

Sabe quando você tá na corda-bamba, com aquele bambu equilibrador passando de um lado pra o outro? Nem eu.

Mas tô metaforicamente andando sobre um fio ideal: sem massa, sem atrito, sem nada que pudesse provar que ele existe de fato.

De um lado eu posso perceber que esse fio não existe, nunca existiu e nem tem como existir e vou acabar caindo ao me dar conta disso, ou continuar insistindo na existência do fio e na esperança que ainda resta.

E, sabendo que posso cair de várias formas diferentes e inesperadas (crendo ou não no fio) ou alcançar o desejado other side. O que eu faço, doutor?

terça-feira, outubro 02, 2007

sábado, setembro 22, 2007

A Beleza Minimizada

Eufemismo emprega termos mais agradáveis para expressões consideradas pesadas, por quem fala ou por quem ouve. Transforma lixa em veludo.

Já declamou seu eufemismo hoje?
O eufemismo cotidiano é lindo.
É pop.

Ilusão idiótica

Unreachable, un_able, unable.

Pois há verbos não permitidos para alcançar a subjetividade e a vontade de ser lido e compreendido de diversas formas.

Pois nego a negação com outra!
unanable. Ya?

Pois há verbos não permitidos para alcançar a subjetividade inexistente, caríssimo e criativo leitor.

Pois, portanto, não há subjetividade, há idéias incompletas. Mas jamais acredite em mim.
Jamais.

Isso é tudo que eu não queria. Para esquecer basta pensar em algo: nada.

A(s) Raposa(s) e o(s) Chaochao(s)

Tudo o que as mãos com polegares e massa cinzenta pseudo-superior tocam, buscam, de algum forma, um estilo e um valor. Inclusive essa alusão a humano que eu usei logo alí. Cada um se exterioriza de modos diferentes, mas a busca pelo contrário os atrai para a igualdade de seu circulo social real ou imaginário. O negativo e o positivo não passam de conceitos relativos, assim como as cores (como eu vou saber se seu azul é o mesmo que o meu? Insisto que há diferença!)

Bendito relativismo que nos faz tão relativamente iguais.
Maldito relativismo que nos faz tão relativamente diferentes.
(e outras combinações possíveis em conotações parecidas)

...

Malditas (benditas?) curvas que insistem em nos usar de cobaias!


Considere essa a confissão de um conspiracionista metalinguistico:
Bem que eu poderia ter escrito isso na forma de fábula, ia ficar bonitinho, acho.

domingo, setembro 16, 2007

Sua culpa!

Um ponto azul bic, imagine. Isso.
Agora põe esse ponto no meio de um monte de ponto diferente, você reconhece o primeiro?
É, foi você que fez.

Diferenças são reconhecidas por seus criadores.
Ou não [?]

sábado, agosto 11, 2007

Soneto Inglês

I am
You is
He is
She am

It is
We are
You are
They is

I was, you were
He was, she was
It was, we was
You were, they were

The book was on the table
... where is the table?

quarta-feira, agosto 08, 2007

Soneto da Manicurepedicure

amolao alicatee faça a unhafaça a unha

amorao aricatee tira cuticuratira cuticura

amodao adicatee a direita

amolhao amilhatee lixa o casco

quinta-feira, agosto 02, 2007

Soneto Incompleto

Shfdhjweuh ewhrhefd dfjerth,
Fd feweids hgkfg yu ikuy fdera.
Gwdfwe rrewds fsdgfseg s rth,
Srhtyjdtjrtdgrsetrest afgera,

Asdfrhewr fdwrew fcsf vfdgrw,
Dhrew hggr kuuijngf fdeferew,
Mruewahr fewa awe wergrw.
Prehre fdle fdskser rtewerew!

Fgawre fewgrthyu gfa efa
Vreiyuser fwer fwa fgaega.

sábado, junho 02, 2007

Flamarion

Por sete épocas, cinco estações e oito moedas de um centavo o mundo caiu na pocinha.


POÇIÑA!!!!!

quinta-feira, março 08, 2007

arte cON-TEMPORÂ-NEA(O?)////

Leprechaun diz:
hoje eu acordei de madrugada, peguei meu celular (que tava do meu lado), escrevi Gakrus nas anotações e voltei a dormir
Leprechaun diz:
ainda nçao lembro o motivo de ter anotado o_o
Leprechaun diz:
hoje é dia de Ptgs e Quim, amanh~~a
Leprechaun diz:
é
Leprechaun diz:
dia de Lit e Ing
Leprechaun diz:
sábado é dia de casamento da professora de História

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Olha, olha !

Ah, que lindinho! que fofinho! que espertinho!

Egoegoegoegoegoegoegoegoegoegoego
egoegoego

Boom!



Credo, como erra!
Tá até vermelho, nojento.

Credo!

ogeogeogeogeogeogeogeogeogeogeogE
!!ogeogeoge




Tá, eu te perdôo (ou não)

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Deveria estar no Curtas

- Óia main, foi feito no computadô!
- Qui lindo fio, mais sua ispreção tira o valô do trabaio manuau.

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Curtas

- Metonímia Comparativa Temporal da Psicologia Comportamental
"Hoje você tava Freud, hein!"

- Filosofia Profunda
"Imagina uma flor. Isso. Continua imaginando..."

- Piada
"3,141592[...]ada"

- Poeminha
"Plantei um negocinho,
na terra do meu quintal.
Nasceu uma plantinha
que comi e passei mal.
Aí eu morri."

- Vazio
" "

- Incompleto
"Sabe quando você espera um texto enorme e ele termina antes da hora? então..."