A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z
a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z
É, nem sempre os acentos, misturas e regras são visíveis.
sábado, maio 20, 2006
terça-feira, maio 16, 2006
São Paulo living a chaos
Perfeição - Legião Urbana
I
Vamos celebrar a estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja de assassinos
Covardes, estupradores e ladrões
Vamos celebrar a estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar nosso governo
E nosso Estado, que não é nação
Celebrar a juventude sem escola
As crianças mortas
Celebrar nossa desunião
Vamos celebrar Eros e Thanatos
Persephone e Hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade.
II
Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta de hospitais
Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos
O voto dos analfabetos
Comemorar a água podre
E todos os impostos
Queimadas, mentiras e seqüestros
Nosso castelo de cartas marcadas
O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda hipocrisia e toda afetação
Todo roubo e toda a indiferença
Vamos celebrar epidemias:
É a festa da torcida campeã.
III
Vamos celebrar a fome
Não ter a quem ouvir
Não se ter a quem amar
Vamos alimentar o que é maldade
Vamos machucar um coração
Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado de absurdos gloriosos
Tudo o que é gratuito e feio
Tudo que é normal
Vamos cantar juntos o Hino Nacional
(A lágrima é verdadeira)
Vamos celebrar nossa saudade
E comemorar a nossa solidão.
IV
Vamos festejar a inveja
A intolerância e a incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente a vida inteira
E agora não tem mais direito a nada
Vamos celebrar a aberração
De toda a nossa falta de bom senso
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror
De tudo isso - com festa, velório e caixão
Está tudo morto e enterrado agora
Já que também podemos celebrar
A estupidez de quem cantou esta canção.
V
Venha, meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão.
Venha, o amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera -
Nosso futuro recomeça:
Venha, que o que vem é perfeição
I
Vamos celebrar a estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja de assassinos
Covardes, estupradores e ladrões
Vamos celebrar a estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar nosso governo
E nosso Estado, que não é nação
Celebrar a juventude sem escola
As crianças mortas
Celebrar nossa desunião
Vamos celebrar Eros e Thanatos
Persephone e Hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade.
II
Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta de hospitais
Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos
O voto dos analfabetos
Comemorar a água podre
E todos os impostos
Queimadas, mentiras e seqüestros
Nosso castelo de cartas marcadas
O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda hipocrisia e toda afetação
Todo roubo e toda a indiferença
Vamos celebrar epidemias:
É a festa da torcida campeã.
III
Vamos celebrar a fome
Não ter a quem ouvir
Não se ter a quem amar
Vamos alimentar o que é maldade
Vamos machucar um coração
Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado de absurdos gloriosos
Tudo o que é gratuito e feio
Tudo que é normal
Vamos cantar juntos o Hino Nacional
(A lágrima é verdadeira)
Vamos celebrar nossa saudade
E comemorar a nossa solidão.
IV
Vamos festejar a inveja
A intolerância e a incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente a vida inteira
E agora não tem mais direito a nada
Vamos celebrar a aberração
De toda a nossa falta de bom senso
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror
De tudo isso - com festa, velório e caixão
Está tudo morto e enterrado agora
Já que também podemos celebrar
A estupidez de quem cantou esta canção.
V
Venha, meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão.
Venha, o amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera -
Nosso futuro recomeça:
Venha, que o que vem é perfeição
segunda-feira, maio 15, 2006
Juíz de volleyball com rede concreta
João.
Achava ser inteligente, intelectual.
Outras pessoas também o achavam inteligente, intelectual.
Rejeitava inferiores e louvava superiores.
Sua visão do mundo ia de acordo com seus amigos que pareciam inteligentes, intelectuais que iam de acordo com outras visões que parecessem inteligentes, inteletuais. Assim também eram seus gostos gerais.
Não se redimia dos seus erros e ignorava o que não queria ouvir. Dizia aceitar críticas, mas só aceitava dos superiores. Falava mal de qualquer um mas não via suas falhas. Dizia que o mundo era falso, que todo mundo falava mal de todo mundo por trás.
Coitado, tão coletivo.
Tão itálico.
Achava ser inteligente, intelectual.
Outras pessoas também o achavam inteligente, intelectual.
Rejeitava inferiores e louvava superiores.
Sua visão do mundo ia de acordo com seus amigos que pareciam inteligentes, intelectuais que iam de acordo com outras visões que parecessem inteligentes, inteletuais. Assim também eram seus gostos gerais.
Não se redimia dos seus erros e ignorava o que não queria ouvir. Dizia aceitar críticas, mas só aceitava dos superiores. Falava mal de qualquer um mas não via suas falhas. Dizia que o mundo era falso, que todo mundo falava mal de todo mundo por trás.
Coitado, tão coletivo.
Tão itálico.
quarta-feira, maio 10, 2006
Tragédia
Dona Maria era uma senhora gorda, queria emagrecer.
Um dia ela foi a uma livraria procurar algo para uma nova dieta. Achou um livro sobre alimentação saudável.
Comprou o livro. Tinha capa dura, folhas nobres e era bem grosso; foi um livro bem caro. Tinha fotos charmosas e receitas.
A partir desse dia só comeu alimentos integrais e verde. Inclusive uma deliciosa salada de mamona.
Foi sua última refeição.
Coitada, nunca sequer leu o livro.
Um dia ela foi a uma livraria procurar algo para uma nova dieta. Achou um livro sobre alimentação saudável.
Comprou o livro. Tinha capa dura, folhas nobres e era bem grosso; foi um livro bem caro. Tinha fotos charmosas e receitas.
A partir desse dia só comeu alimentos integrais e verde. Inclusive uma deliciosa salada de mamona.
Foi sua última refeição.
Coitada, nunca sequer leu o livro.
quarta-feira, maio 03, 2006
Polýgonon
Vê? O cubo parece crescer.
Aquele vidro engana, olha o reflexo, olha o interior. O vidro te olha.
Há cubo no cubo? há no cubo, cubo?
Vê? A janela está empoeirada.
Tenta ver, já está suja mesmo.
Viu? A teoria é exata mesmo sem provas.
Eu sei o que você fez! Não esconda de mim, eu sei de tudo. O vidro é fumê, mas eu te vejo. Meu ambiente é mais escuro.
Isso, envergonhe-se. Tem motivos de sobra! e eu o sei bem; sabe que eu sei?
Assim mesmo.
Mesmo assim.
Ah, estou com frio.
A blusa está lá fora; fora do meu mundo.
Mentira, não estou com frio não.
Aquele vidro engana, olha o reflexo, olha o interior. O vidro te olha.
Há cubo no cubo? há no cubo, cubo?
Vê? A janela está empoeirada.
Tenta ver, já está suja mesmo.
Viu? A teoria é exata mesmo sem provas.
Eu sei o que você fez! Não esconda de mim, eu sei de tudo. O vidro é fumê, mas eu te vejo. Meu ambiente é mais escuro.
Isso, envergonhe-se. Tem motivos de sobra! e eu o sei bem; sabe que eu sei?
Assim mesmo.
Mesmo assim.
Ah, estou com frio.
A blusa está lá fora; fora do meu mundo.
Mentira, não estou com frio não.
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