sábado, maio 02, 2020

Inspiração

A vida não é um momento bom, tampouco ruim.
Não é uma memória do passado agora longínquo, não é aquele momento rememorando quando presente.
Não são essas negações, nem seus inversos.

Ela está.
Flutuando no mar do tempo, num tempo que ora é ensolarado, ora um lindo nublado, ora uma divina tempestade.
Ora.

É isso. É aquele momento que não cabe na mão, que escapa das palavras, que está muito além dos limites do corpo.
São nossas relações, são nosso trabalho e nosso estudo e nosso aprendizado e nossa aspiração de vida. De vida.
Sagrada por si. Emana, independente. Existe.

Cada instante de sono, de sonho e de pesadelo.
Tudo que nos acompanha, pois nós a acompanhamos até que, enfim, deixa de ser uma coisa e se transforma em outra.

Vira memória, vira a energia que deixamos no que é possível deixar.
Uma vivência que continua a arder.

A vida é sentir.

Eterno enquanto dure

Quando você ama, você acha que é para sempre.
Aquele sentimento único, intenso. Todo o bem-estar envolvido.
O brilho dos momentos, o calor da energia.
O prazer de simplesmente estar junto.

Porém, o tempo. Ele age.
Aquele eterno transforma-se em um desbotado "quem sabe até quando?"
Ou um "jamais veria novamente"
Ou um... enfim! Tanto faz.

Ao retornar na memória, vê-se uma chama que
Não importa quanto tempo passe, enquanto for possível se lembrar
Daquilo que agora pode ser dor,

Ou saudade, ou emoção, ou nostalgia,
Ou um quentinho único, intenso. Ali, aquela ilusão de para sempre
Mostra-se real, enquanto existir.